sexta-feira, 20 de junho de 2008

Heterossexualidade



Chegou a altura de alguém se pronunciar em relação aos cartazes da Juventude Socialista referentes à questão da homossexualidade. Os ditos cartazes apresentam duas raparigas ou dois rapazes dizendo ‘Somos iguais a ti – Direitos iguais para todos’.

Nunca tendo tido uma orientação homossexual no passado, não a tendo agora, e não pretendendo vir a tê-la no futuro, ao olhar para esses cartazes não nos reconhecemos na afirmação de que somos todos iguais. Efectivamente, não somos todos iguais.

Tendo consciência de que há muitos outros aspectos de efectiva igualdade entre as pessoas, o facto dos cartazes da Juventude Socialista destacarem aquele em que somos, precisamente, diferentes, leva-nos a expressar o nosso protesto. A verdade é que somos diferentes. Por isso mesmo, é compreensível que os homossexuais procurem a sua liberdade expressando a sua diferença. No entanto, terá de ser expressada enquanto diferença e nunca como uma igualdade. Por isso dizemos: ‘Todos diferentes de ti’. Que procurem os seus direitos dentro dessa diferença! Por serem diferentes, não faz sentido algum que lutem por direitos iguais aos que são diferentes deles. Logo, que os homossexuais expressem a sua liberdade de ser diferentes, dando sempre aos outros a liberdade de se distinguirem deles. Do mesmo modo, não faria sentido uns cartazes em prol da orientação heterossexual dizendo que somos todos iguais. Não somos e como tal, é preciso que essa diferença se faça ver nos hábitos, nos costumes e na vida quotidiana!

Esta crítica aos actos e hábitos homossexuais corre o risco de ser interpretada como um acto de discriminação – como, aliás, toda e qualquer posição contra-corrente tem sido acusada de o ser. No entanto, não o é. É sim a livre expressão de uma opinião sobre o assunto. Por outro lado, se concordamos que toda e qualquer pessoa merece ser respeitada na sua diferença, não devendo nunca ser discriminada de um modo menos próprio, isso não deve nunca servir como argumento para se dizer que a homossexualidade é correcta. Não é.



Para aqueles que pretendam ler algo sobre o assunto, aqui fica alguma bibliografia:

· Anatrella, Tony, «Homossexualidade e Homofobia», in Lexicon de termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Roma, 2004.
· Burggraf, Jutta, Acerca da homossexualidade, Palavra, Madrid, 2000.
· Irala, Jokin de, Comprendiendo la Homossexualidad, EUNSA, Pamplona, 2006.
· Polaino-Lorente, A., «Matrimónio de Homossexuais», in Lexicon de termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Roma, 2004.
· Schlatter, J., «Psicopatología da Sexualidade», in Medicina Pastoral (ed. Miguel A. Monge), EUNSA, Pamplona, 2002.
· Scola, Ângelo, «Identidade e Diferença Sexual», in Lexicon de termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Roma, 2004.
· Sgreccia, Elio, «Manual de Bioética, Fundamentos e ética biomédica», São Paulo, Loyola, 1996.
· Van den Aardweg, Gerard, Homossexualidade e Esperança, DIEL, Lisboa, 2002 (tit. original: Geaardheid of scheefgroei: een psychologische kijk op homofilie, Tabor, Brugge, 1984.

74 comentários:

sérgio vitorino disse...

Não estava mesmo à espera que linkassemos no blog das panteras rosa um blog que sustenta a incorrecção da homossexualidade, pois não? Para isso já existe este blog, nós estamos cá para combater este género de ideias... somos efectivamente diferentes, mas não deviamos sê-lo em termos de direitos humanos ou direitos sociais.

sérgio vitorino

Anónimo disse...

Sem duvida que somos diferentes. Mas daí a não lutarmos pelos mesmos direitos, é um quanto extremo. Até porque os heterossexuais também são diferentes, mas têm os mesmos direitos.

Anónimo disse...

O facto de se ser diferente não obriga a que nos direitos e deveres haja também diferenças entre as pessoas. Afinal heterossexuais, homossexuais e bissexuais,todos eles são parte integrante da sociedade.Porque é que por uma diferença entre uns e outros, os direitos mudam? Assim sendo, deveria haver direitos para brancos, direitos para negros,direitos para asiáticos, porque no fundo também somos diferentes pelo menos numa caracteristica,a cor. Este tipo de ideias, para mim não fazem qualquer sentido. Cada pessoa é única e diferente de todas as outras, seja hetero ou homossexual. Os direitos deveriam ser iguais para todos. A escravatura por exemplo, já terminou, a sociedade já conseguiu entender por fim, que "essa" diferença não tem a menor importância. Um dia chegará à conclusão que a diferença: orientação sexual, também não tem a menor importância... Somos todos Pessoas...

Anónimo disse...

Bem... não é bem assim (refiro-me aos comentários). Somos todos iguais e somos todos diferentes. Porque somos todos iguais, temos todos direitos e deveres. Mas os direitos e deveres são enquadrados em função dos diferentes papéis que vamos desempenhando. Os direitos e deveres dos pais e filhos nã são os mesmos; os direitos e deveres dos pais e professores não são os mesmos; os direitos e deveres dos cidadãos e estrangeiros de um determinados país não sãos os mesmos; etc. Os homossexuais reclamam um mesmo direito que os heterossexuais para algo em que são diferentes, o que não faz sentido. Faz sentido, sim, reclamarem um direito diferente, concordante com a natureza própria da homossexualidade em contraposição com o direito que assiste aos heterossexuais. A justiça nã se define como igualadade para todos, mas antes como igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais. Em matéria da sexualidade, homo e hetero são diferentes, pelo que também diferentes devem ser os direitos respectivos. A isto se chama justiça.

Nuno

Anónimo disse...

E a este blog se chama estupidez...

Portugal Heterodoxo disse...

Cara Marta,

estamos intrigados com o seu comentário. Por favor, desenvolva-o! Certamente tem bastante interesse.

Anónimo disse...

Se não o desenvolvo é porque não vejo nada neste blog para desenvolver. Enquanto lésbica devia ficar revoltada mas acho o vosso Post tão ridículo que sinceramente me dá vontade de rir.
O impressionante é que haja heteros como vocês que ficam tão incomodados com a homosexualidade que se dão ao trabalho de criar um blog acerca disso.
Costuma-se dizer que casos como o vosso são casos de muita homofobia internalizada, you fit the standards, mas longe de mim sequer por a hipótese de vocês não serem heteros completamente seguros da vossa sexualidade! Quem sou eu para dizer isso!

De qualquer maneira, quando descobrirem que familiares vossos (porque os há de certeza) são homosexuais, ou até no futuro filhos vossos, espero que aplaudam com o mesmo entusiasmo com que fazem neste blog, o facto de eles não se poderem casar.

Acho uma certa piada o vosso "não gostamos de activismos", pois pergunto eu: o que é este blog, e o acto de terem andado a colar autocolantes pela cidade, um acto senão de activismo? Ainda que seja uma activismo tremendamente mal direccionado, sem propósito, e de mau gosto, não deixa de ser activismo.

Não há muito para dizer para além do que já foi dito em outros comments, só tenho uma coisa a dizer sobre este blog: "lol".

Portugal Heterodoxo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Portugal Heterodoxo disse...

Antes de mais, Cara Marta, não te sintas revoltada enquanto lésbica para com o nosso movimento. Isso não. Sente-te sim revoltada quando te escolhes, fazes e fomentas o escolher ser homossexual. Aí sim poderás encarar este blog como algo que se opõe à tua - e só tua, ou não? - escolha. Porém, esta oposição, que tu própria aqui e agora sentes e vives, não é mais do que o cerne da questão: efectivamente, há uma oposição que te revolta. Essa oposição culmina na liberdade de ser diferente.

O quão incomodados ficamos nós - heterossexuais - com a homossexualidade não é mais do que o quão incomodados ficam vós - homossexuais - com a heterossexualidade que tenham de se afirmar em comparação a ela (chamando igualdade a algo que não é) e o trabalho a que nos damos não é mais do que aquele que também as as vossas associações fazem ao organizar blogs, web sites e paradas.

Anónimo disse...

Lolololololololol, quanto mais vocês escrevem mais eu tenho vontade de me rir.
Alias, isto já está a começar a passar da vontade de rir, para uma certa preocupação em relação à vossa sanidade mental.

Podia desconstruir o teu comentário todo, já que nada do que tu disseste faz sentido. No entanto, nem me vou dar ao trabalho, porque felizmente tenho vida, e tenho bem mais que fazer do que fomentar uma discussão com alguém que não só não faz o mínimo de sentido nas coisas que diz, como claramente não sabe do que está a falar.

Com isto me despeço. Boa sorte para o vosso blog.

Portugal Heterodoxo disse...

Mas como a nossa vontade de aprender e dialogar jorra por estes trilhos! Elucida-nos, caríssima Marta! Elucida-nos...

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, parece, efectivamente, ser necessário compreender de que direitos falamos. As pessoas não são iguais, nem iguais são os seus direitos.

Quando alguém tentou (à força, diga-se, e à custa de muitos milhões de vidas) impor a igualdade entre os homens, escreveu-se das mais negras páginas da história da humanidade.

Senão, veja-se. Por ter quase 40 anos, muitos quilos a mais e miopia, é-me vedado o acesso à carreira de astronauta. Devo ver nisso um atentado aos meus direitos e uma discriminação insuportável? Deverei exigir igualdade?

Será que a exigência de um homem e uma mulher nos pares de patinagem artística é um atentado aos direitos e uma discriminação insuportável?

Por que raio de razão querem os homossexuais chamar à sua união um casamento? Vivam as sua vidas como querem - mesmo que não concorde com a escolha - mas não exijam usurpar o nome de uma instituição que, há milénios, une um HOMEM com uma MULHER (pelo menos no tempo em que havia sexos, e não géneros).

Se é só um problema de escolha individual, sejam consequentes e exijam a legalização da poligamia (apesar de tudo mais natural) ou do casamento entre dois homens, uma mulher e um porquinho-da-Índia. Ou não têm todos os mesmos direitos?

Anónimo disse...

Quando nós falamos de casamento... não nos referimos ao casamento pela igreja. Referimo-nos a um casamento civil, a qualquer tipo de união que seja vista e respeitada aos olhos da lei.

Sr. Fernando, porque motivos vos afecta tanto o facto de os homossexuais poderem ter uma união civil, onde é que isso vos prejudica?

'Portugal Heterodoxo' - «não é mais do que o quão incomodados ficam vós - homossexuais - com a heterossexualidade», a única coisa que nos incomoda nos heterossexuais são pessoas como você que olham para nós como pessoas inferiores, que não têm os mesmos direitos (Direitos do Homem, onde claramente os senhores devem ter passado alguns tópicos).

Permita-me que diga que concordo em quase tudo com aquilo que a Marta T. disse, tirando o facto de criticar as vossas opiniões e o vosso blog.

Portugal Heterodoxo disse...

Caro Philip,

esforçámos-nos para que ficasse esclarecido no nosso texto que as pessoas homossexuais não são pessoas inferiores mas antes, pessoas diferentes.

Quando as pessoas homossexuais querem fazer querer toda as restantes de que somos todos iguais são acima de tudo incoerentes para com a sua própria e livre escolha.

Se escolhem ser pessoas homossexuais não podem nunca esperar ser tratados como pessoas heterossexuais e uma vez que nós, pessoas heterossexuais, só queremos respeitar a vossa liberdade de escolha somos forçados a tratar-vos como pessoas homossexuais e não como pessoas heterossexuais.

Podem sim reivindicar os mesmos direitos que as outras pessoas que são, efectivamente, iguais a vós num determinado parâmetro. Isto é: o problema está em que estão a confinar a definição de ''pessoa humana'' ao parâmetro da orientação sexual.

Certamente não quererão prioridade nas caixas do supermercado uma vez que esse caso em tal prioridade existe, visa conceder direitos diferentes - entre todos os consumidores - a pessoas que no parâmetro da saúde necessitam de cuidados mais atentos (e.g. grávidas).

Por isto, uma vez que a vossa liberdade de escolha, expressão e etcs.. tem de ser respeitada - e são vocês que o aclamam! - não consigo perceber porque querem as pessoas homossexuais abdicar dessa mesma liberdade que reivindicam e ao mesmo tempo usam para se definir quanto ao parâmetro da orientação sexual! Fica a questão para que o Sr. Philip me responda.

É-vos dada a liberdade de serem diferentes de nós. Pois, que sejam.

Anónimo disse...

Portanto para si, nós somos homossexuais porque assim o queremos. Pois antes de dizer coisas do género, faça algumas perguntas ou pesquise um pouco e terá bastante respostas.

Anónimo disse...

Portugal heterodoxo,

eu sou uma hetero, q fique bem claro, e sinceramente... q merda é esta?
eu sou o tipo de pessoas q odeia injustiças... seja de q tipo forem. Sinceramente o que vos afecta os homossexuais terem leis e direitos iguais aos nossos? Q mal faz um direito universal ser abrangido tambem para os gays? exactamente NENHUM! por ixo parem com a porcaria dos preconceitos (siim pq iSto sao so preconceitos) e a visao retrogada das coisas! deixem os outros serem felizes cmo qiserem...

se nos herero temos o direito de casar com qem bem entendemos, pq n podem os gays? a formalização deste tipo de lei traria uma opçao mais aos homossexuais (axim cmo outras qestoes n sociedade, cmo a legalizaçao do aborto voluntario q trouxe apenas mais uma possibilidade de escolha à populaçao e não uma obrigaçao).

Quanto aos excertos dos comentario de Portugal heterodoxo: 'Sente-te sim revoltada quando te escolhes, fazes e fomentas o escolher ser homossexual. Aí sim poderás encarar este blog como algo que se opõe à tua - e só tua, ou não? - escolha' e 'se escolhem ser pessoas homossexuais' eu so tenho a perguntar... mas q escolha? haverá realmente algum tipo de escolha? qer dizer eu não me lembro de ter escolhido ser heterossexual! E se voces tivessem 'escolhido' ser homossexuais em vez de heterossexual sentiam.se bem co este tipo de 'perseguiçao'. Todas as pessoas sao iguais! Sem diferença! As pessoas nao acordam de manha e dizem 'Hoje sou gay pq me apetece'!

Sofia!

Portugal Heterodoxo disse...

Caro Philip,

realmente investigei, li e estudei alguns livros dos que recomendamos no nosso texto. Com esses e mais uns quantos consegui perceber que qualquer acto humano está submetido à vontade da pessoa humana. Logo, o mesmo se aplica à homossexualidade.

A escolha de ser homossexual não é mais do que escolher aceitar ou por si só criar uma tendência homossexual. Logo, são os homossexuais assim porque escolheram ser assim? Sim.

Mas, por favor, explique um pouco melhor o seu ponto de vista. Não lhe parece que seja uma escolha? Será algo dos genes? Será algo do destino?

Anónimo disse...

LoL

É um pouco parecido, ora vejamos: pode começar por ler isto http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=8626360 .

Se achar que não chega, os comportamentos homossexuais estão estreitamente ligados à evolução de comportamentos sociais e segundo pesquisas, há uma tendência para a homossexualidade quando a figura paterna é fraca ou ausente, existindo assim uma forte ligação entre a mãe e o filho, transmintindo os seus impulsos sexuais ao filho.

Quanto aos livros dos autores que citou, talvez devesse ler obras mais variedas. Continuo a não perceber o motivo pelo qual se deu ao trabalho de os ler... se claramente não é homossexual e não é a favor...

Anónimo disse...

Variadas*

Portugal Heterodoxo disse...

Ora então vamos ver se percebi: a homossexualidade não é uma escolha. É sim, de acordo com o estudo que o senhor indica, fruto de (passo a citar) ''uma característica biológica, dado que a ressonância magnética demonstrou que o tamanho e a forma do cérebro variam de acordo com a orientação sexual.'' É disto que estamos a falar?

Sem querer de maneira alguma desvalorizar as suas crenças na ciência e nos potênciais da mesma, será que poderia explicar porque é que um estudo que pretende criar um padrão aplicável a toda a Humanidade tem como espaço amostral 90 pessoas?? NOVENTA? É que até os testes para aplicação clinica do Betadine tiveram mais...

Como se tal não fosse o bastante para tirar qualquer cientista do sério ao ver um estudo deste com a dita ''unanimidade cientifica'', certamente activistas Anti-Racismo saltariam do banco. Se não veja-se: não só queremos condicionar a vontade humana em função do genoma como estamos a dizer que o tamanho do cérebro serve para distinguir pessoas.

Ora portanto, a homossexualidade pode-se medir pelo tamanho do cérebro mas cientistas Nazis foram condenados por o fazer para a inteligência? Não percebo o fundamento.

Por fim, fico ainda mais confundido quando me diz que ''há uma tendência para a homossexualidade quando a figura paterna é fraca ou ausente''. É que não consigo perceber: ainda querem a adopção quando são vocês a admitirem que isso condiciona à partida o desenvolvimento da criança adoptada?

Não consigo deixar de achar uma certa piada que se por um lado, freneticamente diga-se, todo o mundo esteja preocupado que o tabaco causa impotência e que o CO2 vai matar as gerações vindoras, por outro, não têm problema algum em não deixar descendência e condicionar a pouca que alguns já deixam a optar pelo mesmo rumo que vós!

Olha que ele há coisas...

Anónimo disse...

Mas eu não disse que a homossexualidade era errada. E muito menos sou contra a adopção.

Lamento que o senhor apenas veja aquilo que quer ver.

Anónimo disse...

Oh Sofia, que merda é exta o q? Que raio... Quer dizer, se a questão é ''deixem os outros serem felizes cmo qiserem...'' pq raio não posso eu ser feliz se me quiser casar com um panda? Porque não posso??? Ou com mais do que um panda? Um panda e mais uma mulher? Já agora, outro homem na relação para o meu quociente de Felicidade subir mais um pouco...

''qer dizer eu não me lembro de ter escolhido ser heterossexual! '' Oh rapariga, vamos lá ver se nos entendemos: como já os gajos do Portugal Heterodoxo escreveram mil vezes, a homossexualidade vem duma tendência. Perante essa tendência, ou a combates e retrais ou a aceitas! Tu sempre tiveste tendência heterossexual? Óptimo, até te dou o meu número... mas daí a dizeres que nascemos com a pre-destinação de ser ou uma coisa ou outra não faz sentido nenhum...

Quanto ao senhor do estudo que diz que a homossexualidade dá para ver pelo tamanho do cerebro é verdade. Ainda a semana passada passei na Alfredo da Costa e ao lado do kit de sutura já tem lá uma fita métrica para poder preencher os espaços que sempre fizeram falta nas certidões de nascimento.

Portugal Heterodoxo disse...

Philip, é claro que não disse: toda a gente sabe que quando falam de direitos iguais inclui na adopção. Mas é precisamente esse o problema uma vez que vocês não só reivindicam tal direito como admitem que essa tendência tem consequências profundas na orientação sexual da criança!

Estou-me a fazer entender?

Anónimo disse...

portanto o estudo cientifico nao demonstra que os homossexuais nao fazem a dita 'escolha', mas um par de livros demonstra.

'não têm problema algum em não deixar descendência e condicionar a pouca que alguns já deixam a optar pelo mesmo rumo que vós!' (retirado do seu comentario) eu faço a traduçao desta parte do comentario, do meu ponto de vista(claro): nao vamos deixar as crianças qe necessitam de amor e carinho, e n se interessam minimamente se esse amor vem d casais homossexuais ou hetero, serem adoptadas porque existem pessoas que acham q o mundo vai acabar por causa de existirem homossexuais.

Será que quem faz afirmações como estas não vive no mesmo país que eu, em que o numero de maes adolescentes é enorme? Em que o numero de crianças à espera para adopção é cada vez maior?

E afinal, por existirem homossexuais vai deixar de haver heterossexuais? Deixarão de haver pessoas que garantam a continuação da especie humana? Quer dizer, em prol da continuaçao humana, vão as pessoas ser infelizes e fingirem ser o que não são.

Este é o meu ultimo comentario, na esperança de abrir os olhos a algumas pessoas que vivem no seu mundinho e que se recusam a ver para alem do seu proprio umbigo, sabendo no entanto que a opiniao das pessoas não muda e que só tenho é de respeitá-la.

Sofia- SIM sou uma hetero, NAO não faço qestao de viver so em torno de mim mesma!

Anónimo disse...

portanto o estudo cientifico nao demonstra que os homossexuais nao fazem a dita 'escolha', mas um par de livros demonstra.

'não têm problema algum em não deixar descendência e condicionar a pouca que alguns já deixam a optar pelo mesmo rumo que vós!' (retirado do seu comentario) eu faço a traduçao desta parte do comentario, do meu ponto de vista(claro): nao vamos deixar as crianças qe necessitam de amor e carinho, e n se interessam minimamente se esse amor vem d casais homossexuais ou hetero, serem adoptadas porque existem pessoas que acham q o mundo vai acabar por causa de existirem homossexuais.

Será que quem faz afirmações como estas não vive no mesmo país que eu, em que o numero de maes adolescentes é enorme? Em que o numero de crianças à espera para adopção é cada vez maior?

E afinal, por existirem homossexuais vai deixar de haver heterossexuais? Deixarão de haver pessoas que garantam a continuação da especie humana? Quer dizer, em prol da continuaçao humana, vão as pessoas ser infelizes e fingirem ser o que não são.

Este é o meu ultimo comentario, na esperança de abrir os olhos a algumas pessoas que vivem no seu mundinho e que se recusam a ver para alem do seu proprio umbigo, sabendo no entanto que a opiniao das pessoas não muda e que só tenho é de respeitá-la.

Sofia- SIM sou uma hetero, NAO não faço qestao de viver so em torno de mim mesma!

Anónimo disse...

Ah e se acha que eu sou contra os heterossexuais engana-se, pois não sou. Ao contrário de si, que não respeita a diversidade (apesar de dizer o contrário) eu respeito e acredito na igualdade, que todo o Homem é igual em termos de lei e que todos têm os mesmos direitos, independentemente de raça ou orientação sexual.

E acho maravilhoso falar em Nazis, quando me parece ser um defensor dessa ideologia. Olhe que o Hitler não era ariano... ele nem sequer era alemão.

Anónimo disse...

Caros senhores Philip e Sofia,

Acho que o debate é saudável, nem que seja neste espaço, vedados que estão os meios de comunicação social às opiniões que contradigam o pensamento único do politicamente correcto.

Mas para o continuar, e tentando compreender se os senhores são pessoas consequentes com as afirmações que aqui deixaram, acho importante que digam se estão de acordo com a legalização da poligamia (apesar de tudo mais natural), da poliandria e do incesto? Mais, se estão de acordo que essas uniões de gente adulta e livre se designem casamentos?

Se o casamento é apenas uma convenção subjugável à efera do interesse individual e da decisão de cada um, não há razão para impedir estas formas, ou outras ainda originais, de união.

Não me parece que os alegados "direitos" que aqui defendem possam ser só para alguns.

Grato pela atenção.
É milenar - um casamento une um homem e uma mulher. Não está em causa a liberdade de união civil entre dois homossexuais. Mesmo discordando da sua escolha, não reclamo a proibição. O que não entendo é por que razão insistem a chamar casamento a tal união. É agressão gratuita.

Anónimo disse...

O final do meu comentário anterior pretendia ser um post scriptum. Pelo lapso de edição peço desculpa.

Anónimo disse...

Ao autor do blog: Os meus sinceros parabéns, e os meus ainda mais sinceros agradecimentos pela iniciativa!

a alguns comentários que li:

"O impressionante é que haja heteros como vocês que ficam tão incomodados com a homosexualidade "

hoje em dia se se vir na rua um cartaz a dizer, por exemplo, "sou homossexual e orgulho-me" é moda, politicamente correcto e pseudo-heróico afirmar-se "muito bem, é assim mesmo!"
Por outro lado, se se vir um cartaz que diga "sou heterossexual e orgulho-me disso", é muito mais politicamente correcto dizer que o cartaz defende ideias retrógadas, preconceituosas....

Enfim, ter orgulho no que se é -sou uma portuguesa heterossexual e tenho muito orgulho nisso, ...mas é claro que não posso dizer isto em praça publica sem ser acusada de ser homofobica, racista, nazi, ..sabe Deus que mais...


disseram também aqui:
"Portanto para si, nós somos homossexuais porque assim o queremos. Pois antes de dizer coisas do género, faça algumas perguntas ou pesquise um pouco e terá bastante respostas."

Quanto ao ser ou não uma opção ser homossexual, sinceramente não sei. Sei sim que viver ou não a homossexualidade (ou heterossexualidade) é indiscutivelmente uma opção. Certa que alguns pontos de vista deterministas discordaram de mim, o facto de eu viver ou não uma sexualidade (seja esta hetero ou homo) é fruto da minha liberdade.


Sou contra chamarem CASAMENTO a uma união homossexual ou adopção por homossexuais, porque sou contra toda e qualquer questão que vá contra a FAMÍLIA. Se há crianças que não têm família, a solução passa por promover mais o processo entre casais heterossexuais, nunca por adopção por casais homos. "então e eles não têm direito a ter filhos??" Desculpem, mas nestes casos, primeiro estão as crianças. Não se pense na satisfação dos sonhos (ou em alguns casos, caprichos) dos pais, antes de se pensar na criança.

Peço desculpa pela extensão do meu post.

Rosário Boavida

Portugal Heterodoxo disse...

Cara Rosário,

em nome de todo o grupo muito obrigado pelos elogios. De igual modo, muito obrigado a todos os escritores.

Sem dúvida há uma distinção a ser feita: homossexualidade e ser homossexual. Foi um lapso a ser corrigido agora: é preciso que os dois conceitos tenham, por serem conceitos diferentes, discussões distintas.

Se nos querem, por um lado, fazer querer que a homossexualidade pode derivar de pré-destinações de ordem biológica - genoma - é preciso frisar que a única base para tal ser afirmado é um estudo com uma falsidade tremenda, como já foi antes explicado.

Por outro lado é preciso concordar que há, sem dúvida, situações que podem levar a que uma pessoa tenha uma tendência homossexual. No entanto, há que ter em conta que muito raramente estes factores têm peso quanto à culpabilidade dos actos homossexuais.

Paralelamente, ser homossexual não é mais do que aceitar - e por isso concordar - com a dita tendência. Assim sendo, uma vez que o acto de concordar com tal tendência deriva da vontade, pura e livre, da pessoa em causa, toda a culpabilidade - a existir - só pode ser incutida à dita pessoa.

Logo, a justa separação das duas situações - a de se decidir ser homossexual e a de ter uma tendência homossexual - é mais do que clara.

Portugal Heterodoxo disse...

Quanto à diversidade... Meu caro Philip: diz ser defendor de tal e acusa-me de não o fazer. Pois bem, a minha pergunta é: até onde quer levar essa diversidade?

Isto é, se é uma questão de diversidade porque não a poligamia ou o Sr. Tomás e um panda? Quem estipula os limites? Ou estamos dispostos a que NÃO haja limites? Elucide-nos!

Sofia, não percebo a ideia. É que se por um lado fazer das minhas palavras algo que a Sra. quer dizer já não está correcto, por outro lado nem a ajuda em nada.

Visto ter apontado a gravidez na adolescência como um problema - pela falta de condições para formar uma família, ou afinal não é esse o problema? - sou levado a pensar que quando usa isso como um contra-argumento está a tentar dizer que um problema já existente serve como justificação para se permitir um problema ainda vindouro. É isso? Ou afinal as mães adolescentes não são um problema e são sim, ''viver a vida como cada um quer''?

Anónimo disse...

Concordo com o philip em tudo o que ele diz. E chego a concordar com a Marta quando ela quase que diz que este blog mais parece ter sido criado por ditos heterosexuais que não estão seguros da sua heterosexualidade, e sentem-se revoltados com isso.
Claramente isso justificaria não só o terem-se dado ao trabalho de criar este blog, como o terem-se dado ao trabalho de ler os livros da bibliografia, como a maior parte das coisas (um tanto ou quanto descabidas a meu ver, mas opiniões são opiniões) que foram escritas pelos autores do blog nestes comentários.
Gostaria só de fazer uma pergunta: se estão tão certos que a verdade está do vosso lado e não têm problemas nenhuns em ter estas opiniões, pois não as acham incorrectas, então porque razão aparecem como grupo anónimo, não tendo as identidades dos membros do vosso "grupo" expressas no blog? Pelo menos as pessoas que fazem parte de associações gays revelam as suas identidades sem problemas.

Portanto, caro Portugal Heterodoxo, Elucide-nos! Elucide-nos sobre quem são vocês, já que a nossa vontade de dialogar e saber com quem estamos a dialogar jorra por estes trilhos!

Anónimo disse...

Desculpem a insistência, mas há uma pergunta a que os senhores têm de responder. Não chega repetirem chavões vazios de conteúdo, tomarem partido (de quê?) ou declararem apoio (a quê?).

Estão ou não de acordo com a legalização da poligamia, da poliandria e do incesto? Estão ou não de acordo de acordo que essas uniões de gente adulta e livre se designem casamentos?

Ou os vossos tão proclamados "direitos" afinal não são assim tão universais?

Podem fugir à resposta. Mas não à vacuidade das ideias.

Portugal Heterodoxo disse...

Caro Pedro Torres,

o que precisa saber é que o Portugal Heterodoxo defende ideias heterodoxas.

Todos os membros do blog têm uma família, professores, colegas e amigos... Muitos de nós sofrerão represálias por defender tais ideias. Seremos rejeitados e olhados de lado naquelas longas ruas do Principe Real ou do Martim Moniz... Mas sabe, o nosso coração é mais forte que as algemas e mesmo na sombra do politicamente incorrecto nós temos voz.

Efectivamente, as pessoas homossexuais ganharam o direito de se manifestar. Nós, pessoas heterossexuais, somos chamados de nazis, retrogados ou reprimidos.

Por estas e por outras, estamos na sombra mas não no silêncio. Lá bem no fundo, chegará à conclusão de que somos a voz calada da sua consciência...

Anónimo disse...

Eu tenho orgulho em ser HOMEM (as mulheres choram demasidas vezes), em ser BRANCO (nenhuma civilização atingiu patamares elevados como o Ocidente) e em ser HETERO (não há nada mais desagradável do que um homem efeminado, com expressões gestuais e faciais afectadas. Mas confesso que nunca confessaria tal coisaem público ou em frente de uma televisão.

Agora, se eu fosse MULHER, PRETO, e GAY, não teria qualquer problema em dizer publicamente que tenho um imenso orgulho em ser cada uma destas três características -- seria alvo de uma ovação gloriosa.

Vivemos num tempo miserável, lá isso vivemos. Mas o dia chegará (?) em que os homens e mulheres voltarão a ser razoáveis e a pensar com a inteligência.

Anónimo disse...

Caro Portugal Heterodoxo (ainda anónimos portanto),

O senhor, ou senhora, ou senhores, ou senhoras, não fazem a mínima ideia do que estão a falar. Os homosexuais não ganharam o direito a manifestar-se, não com essa leveza com que o senhor o encara. Quem diz isso é porque nunca foi descriminado, nunca foi insultado na rua ao ir de mãos dadas com a pessoa que ama, nunca foi insultado no local de trabalho pela orientação que tem, e outras demais descriminações que os homosexuais (corajosos) que se assumem sofrem TODOS os dias.

Expressar livremente as opiniões ou orientação que se tem, trás SEMPRE riscos, riscos esses que os homosexuais que se assumem têm a coragem para lidar.

Todos nós homosexuais também temos famílias, colegas, e amigos, e arranjamos a coragem necessária para não viver uma vida dupla, e sermos quem somos, honestamente, perante eles e toda a sociedade.

Vejo que os membros do Portugal Heterodoxo não têm a mesma coragem.

Portugal Heterodoxo disse...

Seria absolutamente ridiculo ver uma discussão sobre a homossexualidade e o ser homossexual virar uma ponderação sobre ver o intimo de cada um descriminado em praça publica como possivel alvo de discriminação.

Essa, não foi e jamais será a questão nuclear. A culpa, meu caro Brutus, não está nas estrelas mas em nós próprios...

Anónimo disse...

A questão, caro Portugal Heterodoxo, é que essa é realmente a questão nuclear que envolve os homosexuais e a homofobia e que este blog ajuda a perpetuar com as vossas ideias: o íntimo de cada homosexual é invariavelmente sempre e todos os dias, e indirecta ou direi bastante directamente neste blog, descriminado em praça pública.

Até ao dia que isso lhe pesar a si não perceberá nem quererá perceber o que estou a dizer. Talvez um dia seja elucidado nessa questão e nesse dia, citando os senhores: "Lá bem no fundo, chegará à conclusão de que somos a voz calada da sua consciência..."

Portugal Heterodoxo disse...

Pedro Torres,

para lhe explicar o que me parece nuclear tenho de recorrer às questões que o Sr. Fernando colocou:

''Não chega repetirem chavões vazios de conteúdo, tomarem partido (de quê?) ou declararem apoio (a quê?). Estão ou não de acordo com a legalização da poligamia, da poliandria e do incesto? Estão ou não de acordo de acordo que essas uniões de gente adulta e livre se designem casamentos? Ou os vossos tão proclamados "direitos" afinal não são assim tão universais?''

Como responde a isto?

Anónimo disse...

"Estão ou não de acordo com a legalização da poligamia, da poliandria e do incesto? "


"Estão", quem? os homossexuais que defendem o casamento entre casais do mesmo sexo? Eu não, os outros não sei. Qual é e dificuldade de responder a isto? Não percebi, ó portugal heterodoxo. O que você tem de perceber é que cada homossexual pensa por sua cabeça, tal e qual como os heterossexuais. Há muitos homossexuais, por exemplo, que não defendem o casamento entre homossexuais.

Rui

Anónimo disse...

Não estou de acordo, no sentido que nunca quereria nenhuma dessas situações para mim.
Mas também sei ver que se outros quisessem isso não me afectava de modo algum, a vida é deles eles que façam o que querem com ela.
Logo, eu não tinha nada que me manifestar contra o que os outros se sentiam melhor a fazer, desde que isso não prejudicasse ninguém envolvido ou não envolvido, e desde que as pessoas envolvidas se sentissem bem com a situação, o problema era deles, e não meu. E certamente eu não criaria um blog a manifestar-me contra isso.

De qualquer maneira, pergunto eu o que pretendem vocês com a criação deste blog? É que não me parece que este vosso "movimento" vá longe. Ora vejamos: formado por um grupo de cobardes (não pretendo ofender, mas não encontro uma palavra mais "soft") que estão tão certos dos seus ideais mas não assumem as suas identidades por "medinho" que sejam mal vistos na sociedade; só 1 post em uma semana? será que só têm isto para dizer?
E pelos comentários, que são quase todos conversas entre as mesmas 2 ou 3 pessoas, vocês não estão a ter qualquer tipo de impacto, nem estão a gerar a controvérsia que eu suponho que queriam.
Acho que basicamente ninguém vos leva a serio, a não ser outros como vocês. Isto prende-se com o facto de ser dificil levar a sério pessoas que estão tão tão tão revoltadas com algo que não só não lhes diz respeito, como não lhes afecta minimamente (algum de vocês ficava doente, morria, teria problemas, se os gays se pudessem casar?) que se dão ao trabalho de perder tempo a criar um blog.

Portugal Heterodoxo disse...

A ideia deste blog é simples: manifestar que, efectivamente, não somos todos iguais.

Não pondo em questão se está correcto ou não optar pela poligamia ou pela homossexualidade, o que é facto é que nenhum dos senhores ficaria na sua passividade quando activistas pro-bestialidade dissessem: ''Somos todos iguais - Direitos iguais para todos''.

Aceitar isso sem qualquer tipo de manifestação seria o mesmo que um passe verde a permitir tal coisa. Logo, este blog não tem senão como objectivo manifestar essa discordia.

Em segundo lugar, vimos procurar o debate seja com uma ou duas pessoas... É notável que esse debate se faça mesmo sendo chamados de nazis, retrogados e etcs...

É também de referir que dizer que ''é dificil levar a sério pessoas que estão tão tão tão revoltadas com algo que não só não lhes diz respeito, como não lhes afecta minimamente (algum de vocês ficava doente, morria, teria problemas, se os gays se pudessem casar?) que se dão ao trabalho de perder tempo a criar um blog'' não ajuda em nada a vossa causa.

Veja-se: em primeiro lugar os senhores têm mais blogs, anúncios e bandeiras postas por Lisboa que qualquer outro movimento, em segundo não me parece que nenhum homossexual morra se não puder casar e finalmente, não consigo perceber que digam que não temos nada a ver com isto quando são vocês que vêm buscar um conceito heterossexual e nele querem incluir todo o tipo de relações...

Anónimo disse...

Não querendo por em questão a integridade do Sr. Torres, é mais do que óbvio que até pode chamar-se Luís Magalhães... Será que uns nomes colocados pelos autores do blog, dos quais desde já garanto que não faço parte - mudaria o essencial da discussão?

Quanto ao mais relevante, começa-se a vislumbrar a ideia. Assim, cada um leva a sua vida como quer, ninguém tem nada com isso, tudo é igualmente bom, a lei deve proteger toda a espécie de deboche (quem sabe até subsidiá-lo), e quem quer preservar instituições milenares que estão na base da civilização é extremista, retrógrado e fascista.

Estamos entendidos quanto à elevação das ideias.

Já agora, acrescentem aos casamentos homossexuais, poligâmicos ou incestuosos, variantes animadas da coisa. Já sugeri dois homens, uma mulher e um porquinho-da-Índia. Seria curioso um desfile destas famílias modernas pela Av. da Liberdade, gritando que somos todos iguais e que o Estado deve reconhecer como iguais os seus direitos. Incluindo casar, porventura no dia de Santo António. Com o porquinho-da-Índia de véu e grinalda.

Anónimo disse...

Mas quem falou em bestialidade? Eu falei de poliandria, poligamia, e de incesto em resposta à sua pergunta anterior. E se leu bem eu disse "desde que não prejudique ninguém, não tenho problemas com isso". Como tal, naturalmente seria completamente contra movimentos pro-bestialidade, já que tendo em conta que os animais não se podem manifestar e dar o seu consenso, efectivamente são maus tratos e sã actos que violam os direitos dos animais, e eu sou contra qualquer tipo de maus tratos ou violação de direitos, seja a humanos, seja animais.
Por isso, meu caro, nem sequer queira comparar movimentos gays com movimentos pro-bestialidade, já que eu saiba, os gays poderem-se casar, nunca constitui como um mal trato seja a quem for.

Cada um pode ter as ideias que quiser, no entanto, fazerem activismo (sim, o acto de terem andado a colar autocolantes por cima dos posters da Marcha foi activismo) contra a liberdade dos outros e os direitos dos outros, é invariavelmente um acto quase nazi e retrógado, quer queiram admitir isso ou não.

O que não afecta os outros, não é assunto deles. Alias ( poisjá que, por exemplo violação de direitos dos animais não me afecta directamente a mim fisicamente, mas afecta-me psicologicamente) reforumol: o que não afecta ninguém negativamente, não é assunto dos outros.

E claro que os gays não morrem se não puderem casar, mas você gostava de não poder casar com a sua namorada, a pessoa mais importante da sua vida? Você gostava de não poder ter os mesmo direitos e regalias que os casais casados têm porque lhes é vedado isso?

Já agora um pouco de bibliografia para si: http://rprecision.blogspot.com/2006/02/unio-de-facto.html

Ou seja, o casamento heterosexual tem mais dreitos que as uniões de facto homosexuais. Nós só queremos ter as mesmas, porque (e como vocês próprios já admitiram) não somos cidadãos inferiores, e se olhar para a história da humanidade, sempre que direitos foram vedados a um grupo de cidadãos, era porque esses eram vistos como inferiores.

Anónimo disse...

A coisa está a ficar cada vez mais clara. O Sr. Torres não fica nada chocado com uma relação entre pai e filha, entre avô e neto, entre um homem e sete mulheres, desde que «não prejudique ninguém», o que quer que isto queira dizer.

Mas fica horrorizado qundo metemos o porquinho-da-Índia no meio porque, veja-se, são violados os direitos dos animais.

Obrigado. Com meridiana clareza deixou expresso o que pensa do Homem. E por que razão insiste em destruir em meia dúzia de anos o património civilizacional de milénios.

Anónimo disse...

Meu caro Fernando,

Não faça minhas palavras que eu não disse.

Eu não disse que não tinha nada contra o incesto, eu disse que não era a favor, mas sendo que não me dizia respeito eu não tinha nada que me pronunciar acerca disso.

De qualquer maneira, acho engraçado ter referido "e quem quer preservar instituições milenares que estão na base da civilização é extremista, retrógrado e fascista."

Pesquise um pouco antes de falar do que não sabe. A sua tal querida "instituição milenar que está na base da civilização" que é casamento, tem uma origem nada civilizada. Ou vejamos, sabia que, antes do casamento ter sequer sido adoptado pela igreja, foi criado única e exclusivamente devido a questões de posse de propriedade, e de reprodução, ou melhor, por questões de dote, e de assegurar que as mulheres pertenciam aos homens, e que como tal os seus filhos não eram, à partida, bastardos.

Sem dúvida, uma instituição com uma base extremamente civilizada, na sua formação (note-se o meu ironismo...)

Felizmente, os ideais que envolvem o casamento já não são os mesmos, mas não me venha falar de instituições milenares, porque a maior parte das instituições milenares, têm como origem tudo menos uma "base civilizada".

Como vê, as noções vão mudando, e naquela altura era impensável que o casamento tivesse como base ou motivo questões amorosas. Felizmente as coisas mudaram em relação a isso, felizmente as coisas mudaram também no que diz respeito à altura em que casamento entre pessoas de raças diferentes não ser permitido, e felizmente, quer vocês queiram quer não, as coisas vão mudar, e muito em breve, no que diz respeito à proibição dos casamentos homosexuais em Portugal. Só assim Portugal será um país verdadeiramente civilizado.

Anónimo disse...

Porra... A Constituição é mesmo muito clara: Casamento é entre pessoas de sexo diferente...

Querem criar outro tipo de relação para vôces - à qual até podem chamar ''panelento'' - façam-no. Agora, não se metam naquilo que ''não vos prejudica'' seja milenar ou não, seja pelo dote ou não... Metam-se na vossa vida e não digam que sou igual a vocês...

Afinal, quem é que se está a pronunciar sobre algo que não tem mesmo nada a ver com a vossa vida, os tipos nazis do blog ou os homossexuais que querem usar uma instituição claramente heterossexual???

Assinado,
Hitler....

Anónimo disse...

Não consigo resistir:

como raio é este blog nazi???

1) Por se manifestar contra a homossexualidade metendo-se em algo com o qual não têm nada a ver?

Que raio faz a organização Panteras Rosa ao divulgar videos como ''A Igreja Mata, Apostata''???


2) Será que tem algo a ver com manifestar uma posição diferente da sua?

Que raio fazem vocês todos os dias quando dizem que têm de se exprimir e libertar-se dessas vossas ''algemas dos sentimentos''???


3) Será que lhe está a passar pela cabeça comparar a morte de judeus em massa e a criação de um império com a questão da homossexualidade?

Oh amigo, anda com a sua cabeça no sitio errado... Desculpem a expressão dubia...

Anónimo disse...

Pois que seja esse o seu Portugal civilizado. Em que se mata as crianças ainda antes de nascerem e se premeia a mãe por isso. Em que se estimula o divórcio, porque cada um tem o direito a ser feliz. Em que se incentiva à promiscuidade, porque tudo se resolve com uma pílula criminosa. Em que se arrasa com o conceito de família para nela caber toda a espécie de desvario. Onde um dia se matará higienicamente cada velho doente porque é um epecilho inútil, sob o argumento de lhe poupar sofrimento. Onde, como na Holanda - o topo do seu conceito de civilização - ainda teremos um partido pedófilo (até porque partidos de pedófilos já os há...). Onde poderemos chamar casamento a qualquer união fruto dos apetites humanos. Onde os casais homossexuais poderão adoptar crianças a seu gosto, porque o interesse da criança é irrelevante.

Seja esse o seu Portugal moderno e civilizado. Que satisfaça os instintos mais primários e animalescos de cada um. Mas saiba que antes de lá chegar, esse Portugal encontrará resistentes.

Que condenam as suas ideias mas não o condenam a si. Que não lhe querem pessoalmente nenhum mal e desejam, do fundo do coração, que encontre o caminho do Bem.

Anónimo disse...

Pedro Torres disse: "não estão seguros da sua heterosexualidade, e sentem-se revoltados com isso.
Claramente isso justificaria não só o terem-se dado ao trabalho de criar este blog, como o terem-se dado ao trabalho de ler os livros da bibliografia,"

uns comentários depois, Pedro Torres disse: " Já agora um pouco de bibliografia para si: http://rprecision.blogspot.com/2006/02/unio-de-facto.html"

Que bom que se esclareceu que pesquisar bibliografia não é necessariamente sinónimo de insegurança em quem somos.



Rosário Boavida

Anónimo disse...

Com todo o respeito pelos homosexuais e restantes apoiantes...lendo estes comentários não posso deixar de reparar na incoerência dos argumentos apresentados por estes.
ja ouviram falar de justiça distributiva? "Dar a cada um o que lhe é devido, tratando igual o que é igual e diferente o que é diferente"... e.g Um português tem direitos em portugal que um chinês não tem e não é por isso que o chinês passa a ser discriminado neste país...É obvio que existem direitos inerentes a todos os seres humanos, "direitos iguais", o direito à vida, à saúde etc,etc,etc. Por outro lado também me parece óbvio que existem direitos unicamente destinados às mulheres, às crianças, aos doentes, aos idosos, aos mais desfavorecidos, direitos que nem todos podem usufruir pois são destinados a situações específicas, características ou condições de cada um.
Ninguém defende que os homossexuais não devem ter dreitos!!! Defende-se sim que tenham direitos diferentes!

Anónimo disse...

Cara Rosário,

O seu comentário não fez sentido absolutamente nenhum, quando eu disse:

"não estão seguros da sua heterosexualidade, e sentem-se revoltados com isso.
Claramente isso justificaria não só o terem-se dado ao trabalho de criar este blog, como o terem-se dado ao trabalho de ler os livros da bibliografia,"

referia-me ao facto de pesquisarem bibliografia sobre a homosexualidade e o casamento homosexual, sendo que é algo que não só não lhes diz respeito no sentido em que não vos afecta, como pelo qual voçes têm um certo desprezo.

Eu, enquanto homosexual, ao dar-vos bibliografia de um site que fala dos meus (não) direitos em relação ao casamento, estou a ler sobre algo que me afecta e me diz respeito, logo, a sua acusaçãozinha fica sem efeito.

Anónimo disse...

Caro Pedro:

Não fez? Não nos diz respeito?
Não sou homossexual e portanto há coisas que talvez não me interessariam. De acordo. Agora enquanto cidadã de Portugal não posso deixar de me interessar pelas leis que regem o meu país. Enquanto defensora da família (que para mim é das coisas mais importantes que existem) não posso deixar que surjam atentados contra ela, e ficar quietinha no meu canto. Sendo assim, faz todo o sentido que os autores do blog, que suponho que quanto a estes assuntos tenham uma opinião similar à minha, leiam sobre o assunto, até para melhor sustentarem as suas posições. Não lessem eles nada, e seriam acusados (não necessariamente por si) de não investigarem sobre o assunto antes de virem para aqui dizer o que acham.
Espero que tenha ficado esclarecido quanto ao sentido do meu comentário anterior. Peço que não o leve como uma acusação, que não o foi, mas antes como tentativa de esclarecer alguns pontos.

Rosário Boavida

Anónimo disse...

"atentados contra a familia" A familia de quem? A dona rosário sente a estabilidade da sua familia afectada com o que se passa dentro de outras portas? Muito frágil conceito de familia têm vocês, para a sentirem assim abalada pelo desejo de dois adultos se casarem.. Mas porque é que não se metem na vossa vida? este é um blogue de alcoviteiros, sem mais nada para fazer.
Luis

Anónimo disse...

Quem assim escreve ou, lamentavelmente, não teve família, ou tem a consciência demasiado entorpecida pela busca insaciável do prazer. Quem assim escreve não sabe, definitivamente, o que é uma família.

Desculpe-me uma certa agressividade nas palavras, mas não compreendo por que razão insistem em viver um modo de vida diferente (e errado) querendo agregar-lhe um conceito milenar - repito - que sustenta a nossa civilização.

É assim tão grande o seu ódio à família e ao casamento?

Será que tudo o que se passa entre portas e envolva adultos é irrelevante para a sociedade?

Por isso tanto insisti anteriormente. As vossas pretensões são equivalentes à legalização e designação de casamento de uniões tão diversas como poligamia ou incesto. Acha mesmo que ninguém tem nada com isso?

Anónimo disse...

A propósito, meu caro Torres, a partir do momento em que o Cristianismo definiu a matriz civilizacional que temos, aquilo que é o casamento ficou muito claro. Uma união definitiva entre um homem e uma mulher, feitos uma só carne, em comunhão íntima e indissolúvel de Amor.

Por muitos erros que os homens tenham cometido (precisamente porque é da sua natureza), esse vínculo sempre foi o suporte da família. E sempre que a família se desagregou, os recuos civilizacionais foram tremendos.

É para aí que nos querem levar. Podem chamar-lhe modernidade mas, perdoe-me, é só devassidão.

Anónimo disse...

Caro Luís!
Não sinto a estabilidade da minha família em concreto afectada, mas sinto sim, a sociedade em que ela vive afectada. Por inúmeras vezes se tem repetido que a família é a célula mãe da sociedade, e eu subscrevo. Daí para mim ser tão importante - não só a minha família, que essa não é para aqui chamada, mas todas as famílias que constituem a sociedade em que vivemos.
Não vejo em que possa este blog constituir alcoviteirisse ou estarmo-nos ameter em vidas alheias. Se assim fosse, interessarmo-nos por qualquer questão ética ou política seria pura bisbilhotice. E olhe que cheira-me que isso soa quase a atentado à democracia...
Para o tranquilizar, asseguro-lhe que tenho ainda umas quantas coisas para fazer felizmente. Agradeço de qualquer modo a preocupação!

Rosário Boavida

Anónimo disse...

Fernando, seria bem melhor que se preocupasse com a sua familia e o seu casamento, se é que os tem, em vez de dar lições aos outros sobre o que é a familia e de dar palpitres sobre a familia dos outros. Que tal vai a sua?

Luis

Anónimo disse...

O vosso conceito de família é qual já agora? Uma mulher, um homem, e filhos? Digam-me então, dois homosexuais felizes que se amam com o um filho adoptado feliz porque é amado, são menos família que por exemplo um homem que bate na mulher e cujos filhos têm de viver com isso todos os dias?

Famílias há muitas, meus caros, e o vosso conceito ideal de família é as que menos existem. As famílias monoparentais não são famílias? As famílias de pais divorciados não são famílias?

O vosso conceito de família já foi "destruido" à muito tempo, e não foi por causa dos gays ou do casamento gay, as famílias hoje em dia já não são todas como vocês idealizam que fossem, e não faz mal, porque as pessoas são felizes à mesma. Não tem que ser tudo como vocês.

Nãot enho mais nada para dizer sobre e neste blog, não voltarem a escrever mais aqui, mas digo-vos isto e espero que o entendam duma vez por todas: por muito que nós vejam assim, nós homosexuais não somos um desvio da sociedade, homosexuais sempre existiram, faz parte da natureza humana essa diversidade, é como haverem pessoas loiras, ruivas, cabelos castanhos, etc. (relembro que no século 19 os ruivos eram discriminados, e agora isso é visto como uma coisa normal, como a ahomsoexualidade também, e também já vais endo vista como, e um dia será vista assim por toda a gente) Nós nascemos homsoexuais, e sim escolhemos assumir isso em vez de viver uma vida dupla e infeliz, e somos felizes com isso.

Com isto, o que eu pretendo dizer é: não queremos as vossas frases do "queremos vos ajudar a encontrar o caminho o bem" não queremos que nos salvem, porque nós não precisamos de ser salvos de nada. Eu tenho um namorado à já muitos anos, que nunca me magoou, a quem eu nunca magoou, somos felicíssimos, vivemos juntos, fazemos tudos juntos, somos tudo um para o outro, e vamos casar, quando o casamento for permitido em Portugal, porque como eu já disse o casamento vai ser permitido em Portugal, quer vocês sejam a favor, quer não.

Preocupem-se com as vossas vidas, e não com "salvar" as vidas dos outros, quando elas não têm que ser salvas.

Sejam felizes com as vossas, nós somos tremendamente felizes com as nossas.

Anónimo disse...

Peço desculpa os erros no meu comentário, mas carreguei sem querer no enviar sem corrigi-los. Ainda assim, a minha ideia está toda lá expressa, não tenho mais nada a dizer.

A não ser isto que é uma extensão do meu comentário:

Não acho que, por exemplo, uma dona de casa, que dedica a vida toda somente ao marido, que não ajuda em casa, e aos filhos, chegando muitas mesmo ao ponto da depressão, não acho que ela tenha uma vida nada boa. Mas não vou tentar mudar as suas noções de uma boa vida, não vou tentar fazê-la encontrar o "caminho do bem" porque a vida é dela, e só a ela cabe decidir o que ela deve fazer com a sua vida. Portanto, deixem-nos em paz a nós homosexuais também, nós não queremos o vosso "caminho do bem".

Anónimo disse...

Está visto que quando se trata de equiparar o homossexualismo com a instituição baseada na heterossexualidade é uma tarefa e um direito para o qual todos têm que lutar sem questionar. Quando se questiona a equiparação e o "direito" e se desmonta o logro, então aí já cada um se tem que calar e meter na sua vida. O truque é bom de ver.
E que tal se os heterodoxos dissessem: seria melhor que se preocupassem com as vossas … , se é que as têm, em vez de dar lições e palpites aos outros sobre a família, heterossexualidade e direitos?

Se cada um se tem que reduzir à sua privacidade, sem consequências para a sociedade, não faz sentido a existência de leis nem o direito. Ninguém precisa de leis civis em matéria de costumes para se governar a si próprio. O relativismo põe em causa o direito e mina a coesão social. Não há que ter medo de assumir que estamos perante uma incompatibilidade absoluta.

A homossexualidade é uma determinação genética/biológica ou é uma escolha (pessoal, cultural ou ideológica)?

Anónimo disse...

O debate sobre a importância do meio e da natureza na construção do indivíduo provavelmente nunca terá fim. Para isso contribuem a complexidade dos nossos comportamentos, as limitações éticas à experimentação em seres humanos, os acantonamentos ideológicos e a desconfiança de que qualquer conclusão salomónica resulta de um acordo tácito e não de uma busca implacável da verdade.
Exemplos clássicos são as discussões sobre a inteligência e a orientação sexual. Em ambos persiste a tensão meio versus natureza, que gera uma paleta de teorias e até de definições, mas com uma diferença: no primeiro caso, apesar de por vezes não haver um entendimento sobre o que é a inteligência, para os cientistas e o grande público a contribuição da natureza é inegável, enquanto que com a orientação sexual não existe esse consenso. Porquê?
A tarefa aqui não é discutir se a contribuição da natureza é decisiva para a orientação sexual, mas tentar perceber a resistência que existe a tal ideia.
Há uma explicação trivial: “orientação sexual” remete para a ideia de escolha e em comparação com a inteligência é de esperar que haja uma maior resistência às teorias deterministas. Como se ao rejeitarmos a genética e a fisiologia fôssemos resolver o problema do livre arbítrio… Mas avancemos.
Há também causas próximas e até fulanizáveis, cujo efeito extravasou para fora da academia. Refiro-me a intelectuais como Freud e Foucault. O primeiro elaborou explicações que assentam na interacção com os progenitores; o segundo arrancou a discussão pela raiz, ao propor que a homossexualidade é uma construção social, de resto bem recente. Não sou minimamente competente para discutir estas ideias, mas um blogger é na essência um diletante e seria aborrecido defraudar o leitor.
Freud tem sido muito atacado nas últimas décadas, sendo umas das acusações a de que as suas ideias não cumprem o critério da falsificabilidade, condição que as teorias científicas devem cumprir. Quando se propõe que um pai fraco ou ausente leva a que o filho se identifique com a mãe ao ponto de adoptar a sua orientação sexual, é difícil conceber um teste passível de gerar um resultado inequívoco de que não é assim e a forma subjectiva como a hipótese é formulada dá margem de manobra para que, perante situações não previstas, se improvise outra explicação. O certo é que estas ideias conservam alguma popularidade e muitos indivíduos julgam poder confirmá-las quando a elas recorrem para explicar a sua vida. Se essa é uma legitimação tão válida como a crença na quiromancia (ou não), pouco importa. As ideias de Freud podem ser boas ou simplesmente insidiosas, mas serão sempre poderosas.
Foucault parece ter esvaziado o problema. Se a homossexualidade, tal como a entendemos hoje, é uma invenção com poucos séculos e apenas uma das formas possíveis de categorizar a atracção sexual (além do sexo do parceiro, podemos pensar no status social, no poder económico, etc), o conflito natureza versus meio perde gás. É discutível saber se as ideias de Foucault resistem à análise de um historiador, mas percebe-se por que seduzem: são, apesar de tudo, libertadoras.
Estávamos então nisto: Freud trouxera a biografia individual para a orientação sexual, Foucault relativizara-a. Nas últimas décadas, a Biologia perturbou este arranjo.
Os dados relevantes para esta discussão incluem diferenças anatómicas no hipotálamo de homossexuais e heterossexuais, o efeito de androgénios durante o desenvolvimento, a elevada concordância para o comportamento minoritário (homossexualidade) em gémeos homozigóticos (verdadeiros), estudos de mapeamento genético de genes que contribuem para a homossexualidade (embora aqui se recomende alguma cautela) e a curiosa observação de que cada irmão mais velho aumenta em 33% a probabilidade de que o irmão mais novo seja homossexual – o que me leva a pensar que talvez o meu irmão esteja na origem do fraquinho que tive na adolescência por Matts Wilander.
A genética das ervilhas dos olhos não desperta paixões, mas qualquer destes trabalhos sobre homossexualidade fica imediatamente sob escrutínio cerrado. Abundam as reacções em que, com fervor suspeito, se procura desmontar esses estudos (aqui, para um bom exemplo de uma crítica má), mas é verdade que todo o cepticismo é bem-vindo. A matéria em discussão é complexa e, havendo pressões várias, nem sempre se segue ou é possível seguir a melhor metodologia. Por exemplo, sem deixar de reconhecer as enormes dificuldades práticas associadas para a obtenção da amostra necessária, creio que o argumento para os factores genéticos ficaria mais reforçado se nos estudos com gémeos homozigóticos tivessem sido usados irmãos separados à nascença, pois com irmãos criados na mesma casa podemos sempre argumentar que parte da concordância resulta de um fenómeno de mimetismo, que imagino ser mais forte entre gémeos verdadeiros do que entre gémeos falsos ou irmãos de gravidezes diferentes.
O comportamento dos media também não ajuda a serenar os ânimos. Os estudos são propagandeados com muito pouco rigor, como sucedeu em meados da década passada, aquando da publicação de um estudo de mapeamento de uma região no cromossoma X associada à homossexualidade, imediatamente equiparado à descoberta do gene gay. Mais de uma década passada, ninguém encontrou o gene gay, e o que se identificou na altura foi uma região no cromossoma X onde existem vários genes, que não é necessária nem suficiente para levar a um comportamento homossexual, mas cuja probabilidade de ter sido erroneamente associada à homossexualidade era, segundo os autores, extremamente baixa. Ironicamente, não se conseguiu depois reproduzir esse estudo e é muito improvável que haja um gene gay, no sentido de ser o único e de ser determinante. Um modelo poligénico (vários genes envolvidos) de predisposição para a homossexualidade vende menos jornais, mas é mais credível, por razões que também não tenho espaço para discutir.
Um dos aspectos mais curiosos desta discussão sobre os factores genéticos e fisiológicos da homossexualidade é que as reacções dividem os homossexuais, activistas gay e os progressistas, como dividem os grupos homofóbicos e os conservadores. A hipersensibilidade a este problema corta na perpendicular e em vez de dois campos passamos a ter quadrantes. Isto acontece porque se a homossexualidade tem causas naturais, deixa de ser uma opção e como tal não pode ser uma escolha moral errada. Por outro lado, com a identificação de uma causa natural alguns temem que se volte a estigmatizar a condição de homossexual - só em 1973 deixou de ser considerada como um distúrbio psíquico pela American Psychiatric Association- , como temem que a eventual descoberta de moléculas e de genes conduza a um tratamento para a homossexualidade e a um diagnóstico pré-natal. Estamos ainda no domínio da ficção científica, mas quantas famílias não se sentiriam tentadas a recorrer a um teste destes? Sem arriscar uma resposta, e apesar do eventual e redentor certificado de comportamento natural, creio que acaba por pesar mais a ameaça de uma nova frenologia molecular e o espectro do eugenismo heterossexual sobre a minoria homossexual.
Este temor já levou à sugestão de que se acabe com este tipo de estudos. Não tenho dúvidas que a pesquisa sobre a Malária é mais importante, mas interromper uma linha de investigação por se recear o uso que outros poderão fazer das descobertas é algo que só se justifica em casos excepcionais, como a produção de armamento biológico. Em regra, não é um bom princípio. Sobra é um problema: não sendo a homossexualidade uma doença e não se pretendendo concretizar os receios já discutidos, os espíritos mais pragmáticos perguntarão para que serve o conhecimento que vier a ser adquirido. “O saber pelo saber” pode soar algo pífio, mas é uma questão de gosto, ficando por esclarecer se estamos preparados para que não seja também uma resposta irresponsável.

Anónimo disse...

É claro que os homossexuais acabarão por poder casar, mais cedo ou mais tarde. Mas atenção que existem diversos regimes políticos, e a democracia liberal não é eterna. Seria conveniente, para todos os que prezam a vida em liberdade, não darmos passos maiores do que as nossas pernas podem dar. Não tenho qualquer dúvida de que continuaremos a trilhar o caminho de des-civilização que temos trilhado nos últimos tempos, mas também não tenho dúvidas que este caminho terá consequências gravíssimas que, a seu tempo, implicarão necessariamente o abandono deste liberalismo irracional (i.e., onde a razão não mora) em que vivemos em favor de outro regime político qualquer. "Homossexuais de todo o mundo, gozem bem enquanto podem, mas gozem sem querer tudo, pois quem tudo quer, tudo pode perder." Um conselho de amigo, Miguel Maria

Anónimo disse...

Não tenho competência científica para argumentar sobre a origem da atracção homossexual. Ela é, contudo, uma desordem em muitos casos revertível.

Vale a pena não escamotear este facto. Há muitos casos de indivíduos que reverteram a sua homossexualidade. Claro que disto não se fala numa época em que se quer passar que o estilo de vida gay é igual a qualquer outro. Em que a propaganda quase o coloca "na moda".

Por fim, há um abismo gigante entre a atracção homossexual e a prática homossexual. E esta só depende da vontade do indivíduo.

Anónimo disse...

Parece que o camarada ottaviano (e digo camarada porque no fim de contas tudo isto se deve a um cartaz de uma organização - a JS - composta por camaradas) arrumou a discussão de uma penada.

Só que há outras heterodoxias excitantes para debate, semelhante a este, que os editores (ou editoras) do blogue podiam agarrar como temas para desafiar o pensamento único.

Eis algumas sugestões:
1. As políticas públicas de combate à propagação da SIDA
2. O aquecimento global antropogénico
3. A programação e doutrinação ideológica do ensino pelo Estado (ao contrário do que diz a Constituição)
4. O darwinismo: mito ou realidade?
5. O mito da Idade Média no ensino da História (nos manuais escolares)
6. O poder dos não eleitos: a pressão das ONG's na ONU e na UE

Enfim, uma série de temas com grande potencial.
Atrevem-se?

Portugal Heterodoxo disse...

Meus Caros,

muito obrigado pelos comentários e pelas sugestões de temas. Serão devidamente analisados e talvez debatidos sem nunca esquecer que este blog foi criado somente para acompanhar um movimento referente a acções com as quais não podemos ficar indiferentes.

Acho que fica claro o que aqui está em causa: para lá de toda a questão da biologia, sociologia e outras desesperadas analogias, a verdade é que não queremos ver um conceito mudado assim. O que está em causa é sério e por isso agradeço a seriedade dada ao debate.

Ficou clara, muito clara, toda a desonestidade do processo para aclamar a união entre dois homossexuais como um casamento. A luta não cessa aqui e estaremos presentes para lutar e fazer lutar com o apoio de mil anos de história.

Atenciosamente,
Portugal Heterodoxo.

Anónimo disse...

«Quem fala contra a família não sabe o que faz, porque não sabe o que desfaz.» (Chesterton)

Portugal Heterodoxo disse...

Lá está: a questão podia nem sequer chegar a entrar nos termos de ser contra a homossexualidade ou contra o escolher ser homossexual.

A questão central é que desfazer o conceito de familia e casamento tem consequências gravissimas que podem levar a que seja incutida culpa das mesmas aos individuos, passiva ou activamente, presentes nesta sociedade.

Esta questão não é uma questão só da vida dos homossexuais. É sim, do interesse de todos e merece a contestação de todos aqueles que ainda prezam os principios base da familia e do casamento.

Anónimo disse...

Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar...

«Masters & Johnson, well-known researchers in human sexuality, reported in their book Homosexuality In Perspective a 67% success rate in their helping homosexuals revert to heterosexual behavior.»

Anónimo disse...

Toda esta treta dos direitos dos homos não passa de terapias comportamentais desviantes que a nada levam nem tão pouco têm algum interesse para o desenvolvimento de uma sociedade justa e fraterna.Casamento?Qual casamento qual quê.Chamem-lhe parelha,união de facto,o que quiserem menos casamento.Casamento é uma palavra demasiadamente sagrada para ser utilizada em comportamentos desviantes e retrógados(ao contrário do que por aí é classificado...).Outra coisa que irá causar espasmos aos homos é o facto de a promoção da homossexualidade visar apenas a confusão e uma maior permissividade por parte de uma sociedade já de si frágil e sem perspectivas de futuro,onde se confunde o verdadeiro amor com uma conspurcação mais ou menos doentia.Outra coisa que os homos não sabem,mas vão ficar a saber:as causas da homossexualidade são diversas,mas há duas que são por demais conhecidas em certos círculos-a homossexualidade tem a ver com a astrologia e com as vidas passadas,e esses comportamentos devem ser desincentivados e não incentivados como actualmente se faz.Outra coisa que é um facto,mas que é negado por parte dos sectores homossexuais,tem a ver precisamente com a questão de fazer dos homossexuais os "ditos normais"e dos heterossexuais os anormais,afinal macho e fêmea não fazem mais sentido,o que faz sentido é a perversão pura e dura,macho macho e fêmea fêmea,que dará origem a uma nova hibridez de consequências ainda desconhecidas.Quando até o primeiro ministro faz afirmações do género:a prioridade de um País não é ou já não é a procriação!Então é o quê?????Mas nada disto acontece por acaso,porque o acaso não existe....

Anónimo disse...

A homossexualidade é correcta! O que é que há de incorrecto? Tudo, aos vossos olhos homofobos e que ainda acreditam que uma família não pode ter cônjugues do mesmo sexo.

Anónimo disse...

Ah, só mais uma coisa:

A HOMOSSEXUALIDADE NÃO É UMA ESCOLHA!

Anónimo disse...

As tendências poderão não ser uma escolha. O modo de vida sê-lo-á garantidamente.

A homossexualidade é correcta? Desculpe, mas há aqui qualquer coisa que não encaixa...

Anónimo disse...

Leitura para TPC...

The Aids scare was one of the most distorted, duplicitous and cynical public health panics of the last 30 years. (Brendan O'Neill)


O Verão chegou e por esse mundo fora, inclusive em Portugal, começa o ritual das manifestações do chamado orgulho gay. Só que este ano vai haver pouco orgulho e algum desconforto. Ou assim seria se os apaniguados tivessem um pingo de vergonha nas respectivas caras.

A Organização Mundial de Saúde acaba de divulgar os resultados das suas investigações sobre o alastramento de HIV/SIDA. Eis a bomba que está (ou devia estar) a causar uma explosão entre as múltiplas organizações que ganham a vida a semear o pânico entre diversas camadas da população menos informadas.

Afinal, depois de mais de duas décadas a insistir que a temida doença atingia todos, (mesmo todos: lembram-se desses anúncios televisivos? ), parece que não houve nenhum alastramento entre heterossexuais e que a epidemia atinge principalmente os grupos de risco (surpresa, surpresa!!!) nomeadamente: homens que fazem sexo com homens; certas categorias de toxicodependentes; e pessoas que praticam a prostituição.

Durante todos estes anos fomos massacrados com propaganda enganosa a tentar nos convencer que até na escola primária as crianças deviam ter aulas sobre o sexo e a terrível doença; que os homossexuais deviam poder ser doadores de sangue, porque os heterossexuais também constituíam um risco; enfim, e sobretudo, que os homossexuais não deviam ser discriminados por motivo algum.

Entretanto, segundo os números oficiais, gastou-se um bilião de dólares por ano em propaganda de vária ordem nesta área. Quem lucrou foi a indústria dos preservativos e os diversos elementos envolvidos na publicidade enganosa.

Como diz Brendan O'Neill no jornal Guardian, no seu blogue de Junho 12:

The Aids scare was one of the most distorted, duplicitous and cynical public health panics of the last 30 years

Ver:

Guardian - The exploitation of Aids

e também:

Fox News - World Health Organization Admits Threat of Global AIDS Epidemic Is Over

e ainda:

Independent - Threat of world Aids pandemic among heterosexuals is over, report admits

A OMS diz que é só em África que existem números significativos de heterossexuais atingidos por HIV/SIDA, e é desse continente que vêm os poucos europeus heterossexuais que contraíram SIDA.

Pergunta-se por que será que assim acontece e o senso comum indica uma resposta. São as práticas anti-higiénicas que favorecem a transmissão de doenças, tanto em África como entre os orgulhosos 'gays'.

Entretanto, o Senhor Lula, Presidente do Brasil, quer criminalizar qualquer crítica aos homossexuais. Ainda não sabemos se vai pedir que o seu país saia da OMS.

Sabemos, sim, pelos exemplos do ano passado, que a autora deste texto irá ser acusada de homofobia.

Sabemos também que as conclusões da OMS não irão receber a publicidade devida. Foi com o receio duma discussão séria sobre saúde e SIDA que o lóbi gay intentou a caça aos 'homófobos'.

But Truth will out!